quinta-feira, 28 de outubro de 2010

João 15 - cap. 1 a 8. "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.

          O lavrador é o que cuida, aduba,  poda, protege a planta, reconhece suas necessidades básicas e mantém a árvore viçosa para que dê excelentes frutos. Um lavrador cuidadoso é sinal de uma colheita farta, pois o resultado é a própria produção.  Neste caso, a videira é Jesus, a boa árvore de excelentes frutos; o lavrador, Deus, o perfeito cuidador,  desde a preparação da terra, passando pela semeadura e culminando com a perfeita sega. Deus colhe até onde não plantou.
"Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto."
                  Muitas vezes nos perguntamos o porquê das experiências amargas pelas quais  passamos, mesmo se a gente procura a Deus, busca a Sua Sagrada Palavra e O teme, procurando transgredir o menos possível, emendar dos erros passados e não mais pecar daquela maneira. Mesmo assim, comprovamos que, realmente, no mundo teremos atribulações, devendo, por isso,  confiar e nos apoiar naquEle que venceu o mundo.
                   Podemos contemplar essa situação por um plano mais espiritual, ou seja, Deus não compraz com o sofrimento humano, conforme reza as Escrituras, mas, muitas vezes o permite para que, através dele, possamos crescer como pessoa, ver a vida por um ângulo mais humano, mais verdadeiro e tenhamos tolerância uns para com os outros já que, só os humanos erram, Deus, nunca! 
                   Certamente, é essa a limpeza que o Pai promove em nosso ser, para que, limpa, a árvore, em sua condição humana,  possa produzir mais e mais e ser uma bênção a colheita espiritual, traduzida em bons exemplos e em boas obras. Um espinheiro nunca é podado, mas extirpado pela raiz, pois nunca produzirão bons frutos. 
                       Embora de uma forma ou de outra todos soframos, muitos de nós, ao invés de olhar para dentro de si mesmos, sobre o que precisa ser melhorado, se preocupam com a maneira que certas pessoas vivem e cobram de Deus uma atitude cruel para com elas. Talvez  devido ao temperamento ou mesmo atitudes delas, esquecendo de que Deus não nos constituiu juiz de ninguém.  É o lavrador que sabe a forma, como e quando tomar certas atitudes e porquê. Os discípulos de Jesus, João e Tiago,  perguntaram ao Mestre, se queria que mandassem descer fogo do céu para consumir os samaritanos (que não se davam com os Judeus) ao que Cristo respondeu: “ vós não sabeis de que espíritos sois”. Deus não se vinga, é puro amor.
“Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.”
             A Palavra de Deus é perfeita, porque nos alimenta nos vivifica, nos fortalece, nos redime de nossas culpas. Somos salvos pela Palavra. Por ela, podemos exortar a Deus que está nos céus. A Palavra é que nos informa sobre Deus, reforma-nos para Deus, orienta sobre os preceitos que devemos seguir, sobre o amor com que devemos amar uns aos outros e como nos devemos dirigir àquele que é o consumador de todas as coisas. Se somos limpos através dela, não podemos deixá-la de lado, mas estudá-la, consultar, ler sempre que possível, e o que é mais importante: praticá-la. Deus vai-nos cobrar pelo quê e pelo tanto que conhecemos. Quanto mais compreendemos a Palavra, mais aumenta a nossa responsabilidade como filhos de Deus, pois ali contém tudo de  que precisamos saber para sermos melhores. A saída é nos purificarmos através da comunicação de que Deus se vale, nas Sagradas Escrituras. 
 " Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.”
    Se estivermos em Cristo, somos nova criatura, as coisas velhas já passaram, os nossos antigos erros e hábitos corrompidos  foram abandonados e estamos vivendo em novidade de vida. Isso é o que acontece com quem realmente se converteu à nova vida. Assim, como novas criaturas que passamos a ser, temos de continuar diariamente ligados a Cristo, através de uma santa intimidade, pois Ele não mais nos chamará “servos”, mas, “amigos”. Essa é a maior honraria que o Senhor Deus nos concede, ser considerados amigos de Jesus. Pela Palavra, se estamos em Cristo, Ele também está em nós, conduzindo o nosso viver, nos iluminando através de Seu santo Espírito, nos livrando dos perigos e da ira vindoura do Pai, sendo o nosso suficiente e único advogado que intercede por nós junto a Deus.
                Se Cristo é a videira verdadeira e nós os seus ramos, temos de estarmos ligados a Ele, para recebermos a seiva espiritual que nos mantém vivos, pois Deus não é um Deus de mortos. Um exemplo prático é quando realizamos uma poda em nosso quintal ou jardim. Os galhos que ficam espalhados no chão, em poucos instantes, murcham-se e se secam. Depois que os galhos estão nessa fase, se não forem replantados, o seu fim é a destruição, não mais podendo produzir flores ou frutos. Uma vara isolada, sem a seiva que a vivifica, está condenada.
 " Eu sou a videira, vós os ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer."
    Nada podemos fazer se não estivermos ligados a Cristo, por isso não podemos nos orgulhar, nem nos envaidecer com o que realizamos. Embora não sejamos salvos pelas obras, essas mesmas obras é que qualificam um cristão. Pelos frutos, se conhece a árvore. Não pode uma macieira produzir banana.  “Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois dos espinheiros não se colhem figos, nem dos [abrolhos] se vindimam uvas.”  Assim sendo, pela fé em Cristo, devemos nos entregar aos bons sentimentos, aos melhores pensamentos e nos ajudarmos mutuamente, amando sem distinção de pessoas, como o próprio Deus nos ama, embora sejamos pecadores e o ofendamos com nossas transgressões.

             O que entendemos desse verso, é que os frutos revelam o caráter do cristão e o quanto estaria  ele ligado ou não ao seu Pai celestial. Apenas, nunca devemos esquecer de que, sendo os ramos da árvores principal, somos mantidos pelo amor e misericórdia de Deus que nos plenifica para as boas obras para as quais fomos talhados, produzindo frutos e flores a cem por um.
“ Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.”
            Quando Jesus cansado, pediu à figueira que lhe matasse a fome e ela se negou a oferecer-lhe o seu fruto,  Ele ordenou que secasse, amaldiçoou-a, para que ninguém dela nada mais colhesse, embora estivesse rica em folhas, com uma aparência sadia, acima de qualquer suspeita. Jesus assim procedeu junto dos discípulos, para dar-lhes o exemplo de que, além das aparências, há de haver um coração doador, sincero, generoso, como aquela árvore não conseguiu ser. Não basta que pareçamos bonzinhos, obedientes a Deus, se nossa escassez de frutos revela o contrário. 

              O futuro daqueles que não amam e não obedecem ao Deus vivo, ignoram seu próximo em suas dificuldades e carências, é arder-se no fogo eterno que espera por aqueles que, por não amar em espírito e em verdade, sucumbiram-se, muito embora, o desejo sincero do Pai é que todas as suas criaturas fossem salvas. Os ramos cortados das árvores já não fazem parte dela, assim como os que não estão em Cristo não têm qualquer parte com Ele.
“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.”
    Assim, temos de viver em Cristo e por Cristo, como o Apóstolo Paulo que afirmou que, viver era Cristo e morrer, lucro. Não há como viver assim, se desprezando a Palavra, ignorando os mandamentos de Jesus. Não há como estar em Cristo, sem que Ele esteja em nós e só podemos afirmar que assim vivemos, se a nossa vida, nossa maneira de existir falarem por nós. 
            Como criaturas renovadas, sabemos pedir com sabedoria, pois o fazemos de acordo com a vontade do Pai, não pelo nosso capricho humano. Se somos ramos renovados, vivificados nEle, somos atendidos quando clamamos. Basta que volvamos os olhos espirituais para os céus, de onde procedem todas as bênçãos e, de coração sincero, pedirmos o de que carecemos e Ele, no seu trono de glória, aplica seus sagrados ouvidos à nova súplica e nos conforta, nos consola, nos realiza, nos concede o que queremos.
             Deus nos atende para que o nosso testemunho leve outros à verdade, e a verdade é Cristo. Quando não somos contemplados com uma resposta positiva de Deus é porque não sabemos pedir. Por vezes, oramos e não vemos a resposta, porque pedimos mal; pedimos com sentimentos menos próprios e menos de acordo com a vontade de Deus. Assim, devemos eliminar o orgulho, a vaidade de estarmos nós imbuídos de ambição desmedida.   Peçamos com fé, humildade e receberemos, porque Deus é fiel e não pode negar-Se a Si mesmo.
               Então se somos os ramos, Cristo a videira e Deus o lavrador, reunimos todas as condições de cumprir nosso papel de cristão, sendo exemplo neste mundo, de fé, de esperança, de amor, por estarmos aptos a seguir em frente, levando outros à  Cristo, na condição de autênticos discípulos neste século.

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